Convocatórias Mexicanas


Estão abertas três grandes convocatórias desde o território tomado pelo Estado mexicano, para produções que questionem à supremacia patriarcal e sejam armas de combate contra suas tecnologias de controle e normatização. Por se tratar de chamadas internacionais os trabalhos devem ser enviados em espanhol ou com legenda, porém em caso de impossibilidade de tradução, recomendamos que entrem em contato com a organização de cada iniciativa, relatando as dificuldades e alinhando os ajustes necessários da convocatória. Para acesso as convocatórias completas e em língua original entrar nos respectivos links

HYSTERIA REVISTA


A Revista Hysteria convoca cyborgs, bruxas, yalorixas, xamãs indígenas e curandeiras para compartilhar seus feitiços, ervas, remédios e mandingas com objetivo de gerar um arsenal de descolonização visceral. Kits de saúde para (des)arma, exorcismos corporais, jogos interativo-performáticos, tecnologia localizada, feitiçaria tecnocientífica, invocações da memória para explorar experiências coletivas e pessoais, projetos e técnicas de baixo custo, recuperação de histórias e imagens como lugares de interferência. Os trabalhos poderão ser escritos e visuais e devem ser enviados para hysteriarevista@gmail.com, com o assunto BioDIVA até o domingo, 26 de Agosto de 2018. A convocatória é referente ao lançamento da edição número 27 da revista e especialmente nesta edição a equipe faz um chamado para o envio de ilustrações de “curandeiras”, como um exercício para despatiarcalizar e descolonizar coletivamente a história da medicina e fazer um resgate de bruxas, experimentalistas, curandeiras, promotores da saúde e etc.

Escritos

Ficções / Anotações / Comentários / Divulgação / Entrevista / Ensaio

  • Ficções (conto, poesia, mini-ficção): De meia a três páginas.
  • Anotações (experiências pessoais): Uma a duas páginas.
  • Comentários (filmes, livros, pornografia, brinquedos, música, quadrinhos): Uma página no máximo. – Inclua qualificação (pergunte por e-mail).
  • Ensaio: Duas a cinco páginas.
  • Entrevista: Duas a cinco páginas.
  • Divulgação: Duas a três páginas.Tudo deve ser entregue em Times New Roman, 12 pt, espaçamento 1,5.

    Incluir breve esboço biográfico e fotografia de autorx, link para a página pessoal. Serão aceitos escritos originais que foram previamente publicados, ou não, desde que os direitos de reprodução da obra sejam conservados.

Artes visuais

Galeria X / Arte / Acções / Histórias em quadrinhos / Gráficos / Vídeo / Apresentações

  • Fotografia (fotografia artística, ensaio, reportagem) .- Série de 6 a 15 imagens, 72 dpi, lado maior 1600 px.
  • Galeria X.- Carteiras fotográficas despidas. Todos os corpos de todos os gêneros, tamanhos, formas e cores são bem-vindos.
  • Gráfico (Desenho, gravura, gráfico digital, desenho animado): Série de 4 a 10 imagens a 72 dpi, lado maior 1600 px.
  • Propostas artísticas: Apresentação de projetos artísticos que aderem ao tema da edição e da linha editorial.
  • Vídeo (Entrevista, videoclipe, mini-documentário, mini-report, curta metragem): Envie o link do vídeo enviado no Youtube, Vimeo ou sites similares. Não deve exceder 10 minutos, com música original ou livre de direitos autorais.
  • Ações (Performance, Intervenção, Arte-ação): Realização de intervenções para o tema da edição. Enviar síntese e imagens ou vídeo de documentação.

    Como todas as participações, enviar dados técnicos do trabalho, breve esboço biográfico do autorx (5 linhas no máximo), uma foto e link para a página pessoal.

Ilustação de curandeirxs

  • Aqui, aqui e aqui, há referências para inspirar você, e também é possível retratar curandeirxs de sua comunidade ou outras inspirações.
  • Imagens em formato retangular de 20 x 30 cm a 300 dpi
  • Usando qualquer técnica de ilustração (desenho de mão, computador, colagem, bordado, etc). Eles podem ser coloridos ou em preto e branco, apenas tenha em mente que ‘eles podem ser lidos em um formato de tamanho de cartão de 6,5 x 9,5cm.

    Todos os retratos devem ser acompanhados de um registro biográfico da pessoa retratada em formato .doc.

AN*RMAL FESTIVAL


Anormais do Mundo,

Anormal é um festival internacional de pós-pornografia, feminismos e sexualidades dissidentes e está buscando materiais em vídeo para sua 2ª edição na Cidade do México. Entendemos a pós-pornografia como qualquer expressão que reflete e representa sexualidades subversivas e sexo explícito não normativo. Geralmente essas produções vêm de feminismos, políticas cuir, kuir e queer, ou de pessoas inquietas e dissidentes que encontram na pornografia convencional reconhecimento de seus corpos, práticas e expressões sexuais.  Convidamos você a participar com os suas produções porno-políticas monstruosas, ferozes, cyborgues-mutantes-biomachines aliens, furry, splatter-punk e todas as cosmovisões que saem do caos dos nossos orificios umidecidos e compartilhar seu trabalho / desejo / registro anormal, para ser exibido no México, durante o 2º Festival Anormal, que será realizado em novembro 2018. Os vídeos devem ser enviados para o email anormalfestival@gmail.com até domingo, 9 de setembro de 2018.

  • Para a nossa segunda edição, procuramos materiais em formato de vídeo com um recorte NÃO BRANCO/ NÃO HUMANO.
  • Os vídeos devem ser enviados através do seu FTP ou de uma plataforma virtual (wetransfer, yousendit, rapidshare, dropbox, ou o que você quiser) em um formato apropriado para sua projeção, e que não exceda 1GB de peso.
  • Os trabalhos devem ter uma duração máxima de 14 minutos e 59 segundos e pode pertencer a qualquer gênero audiovisual (vídeo, curta-metragem, documentário, experimental, animação, entrevista, documentação de desempenho ou de acção directa, etc.)
  • Se a língua original não for em espanhol, recomendamos fortemente que você inclua, em caso de impossibilidade envie um documento de texto com a transcrição dos diálogos (em espanhol, Português ou Inglês).

MANADA DE JOTAS


Convocatória de textos e grafias: “Alegria e raiva maricona: práticas subversivas na América Latina e no Caribe”.

Joterismo: Feminismos Jotos e Analquismo e Manada de Jotas, faz um chamado para submissão de trabalhos, com fins de publicação digital sobre políticas, ativismo, dissidência, instituições e subversões desde uma perspectiva afeminada na América Latina e Caribe. O livro não é um trabalho acadêmico, mas é uma proposta que pretende transmitir experiências pessoais e coletivas que estão localizadas dentro pensamento pintosa. O objetivo é gerar uma compilação e memória textuais e gráficas, individual ou coletiva, que narrem experiências situadas em políticas, pensamentos, ativismo, lutas, anarquismo, feminismo, antirracismos e dissidência, a partir de uma vivência bicha, viada, marica, louca, nos contextos da América Latina e Caribe. O material deve ser enviado para o e-mail manadadejotas@gmail.com até a sexta-feira, 28 de setembro de 2018 às 23:00 horas, horário da Cidade do México.

  • História bicha / boneca / maricona / afeminada em nosso território. Primeira pessoa, narrativas, crônica e entrevistas relacionadas a vida e luta bicha dos anos anteriores.
  • Feminismos jotos, analquismo e dissidência. Políticas, práticas, teoria e epistemologia bichas.
  • Link com outras lutas, bichas da América Latina e Caribe com lutas dos povos indígenas, migrações, assexualidades, feminismos, o movimento trans, antispeciesista, lutas anti-racistas anticoloniais, movimentos estudantis, trabalhadorxs, etc.
  • Resistência Experiências de autodefesa, autogestão, espaços de contenção, estratégias de acompanhamento e organização contra a violência.
  • Impossibilidades Sobre as dificuldades que temos de construir organização quando estamos atravesadxs por contextos de extrema violência entre narco e necropoliticas.
  • Ficção e imaginação. História, poesia e filosofia: utopias e exercícios de imaginação sobre a natureza dissidente das bichas.
  • Entre cores e tintas: artes, desenho, colagem, em torno de dissidências de mariconas.

    As artes devem ser enviadas em formato JPG com resolução de 300 DPI. Tamanho livre, mínimo 20 cm para o seu lado mais comprido e os textos em Word, com uma extensão de 5 a 14 páginas, em fonte Times New Roman, número 12, espaçamento entre linhas de 1,5. Os documentos devem conter título e autoria, com uma breve apresentação e país de origem da pessoa que assina o trabalho em até 5 linhas. 

    Serão recebidos textos e artes originais, com autoria registrada e que não tenham sido previamente publicados.Textos e artes devem pertencer a bichas, maricas, afeminadas, rapazes bissexuais, homens trans gays, transmaricas, bichas não binárias ou organismos que sentem que se encaixam na viadagem/práticas mariconas e são latinoamericanxs ou caribeñxs (e os que vivem em outros países ou são imigrantes).

    Todos os textos e artes serão revisados por uma comissão constituída por Joterismo: Feminismos Jotos e Analquismo e Manada de Jotas, que vai escolher os textos que integram o livro. A recepção de todos os trabalhos será confirmada e informada se são aceitos ou não. Para mais informações, entre em contato manadadejotas@gmail.com

Movimentos sociais mobilizam apoio para comparecer na audiência do caso Luana Barbosa em Ribeirão Preto

Você sabe quem foi Luana Barbosa?

Luana Barbosa dos Reis morreu após abordagem da PM em Ribeirão Preto (Foto: Reprodução/EPTV)

Luana era uma mulher negra, lésbica, mãe e periférica, que foi assassinada pela mão da PMSP em Ribeirão Preto, em Abril de 2016.

Luana levava seu filho de 14 anos, a um curso de informática e foi espancada por se negar a ser revistada por policiais homens. Segundo familiares, Luana teria pedido que a revista fosse realizada por policiais mulheres, mas a solicitação não foi atendida, e ao pontuar que não queria que o procedimento fosse feito por agentes homens ela foi brutalmente agredida por cerca de 6 policiais. Em decorrência do espancamento a vítima teve isquemia cerebral causada por traumatismo crânio-encefálico, conforme apontado no laudo do Instituto Médico Legal (IML), vindo a óbito 5 dias depois da violência policial, aos 34 anos.

O juiz José Roberto Bernardi Liberal, responsável pelo caso, em mais uma ação de lesbofobia e racismo institucional alega falta de provas, invalidando o laudo médico para provar a violência policial, desta forma a justiça negou o pedido de prisão preventiva dos acusados.

Dia 18/07/2018 às 13h terá uma Audiência de Instrução e Julgamento, no Foro de Ribeirão Preto, onde familiares de Luana foram intimados a prestar depoimentos como testemunhas de acusação na frente dos policiais acusados.

Diante dessa série de violências que Luana Barbosa, assim como sua família vivenciaram nesses últimos anos, a ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Intersexos denuncia através de uma Nota de Repúdio mais uma impunidade da justiça brasileira. A associação questiona publicamente o método que materializa mais uma violência e exige que se pense uma outra forma de compartilhar e coletar informações das também vitimas da situação para que elas sejam acolhidas diante de tamanha impunidade.

Desta maneira movimentos sociais, coletividades e agrupamentos LGBTS, sexodissidentes, negros e feministas estão sendo convocados para fazerem pressão nesse cenário de julgamento e apoiar a família que foi violada pela intervenção brutal da policia. Precisamos exercer solidariedade e a convocatória se dá na tentativa de garantir o acolhimento para mais uma família negra que sofre com o genocídio devido a violência policial.

O Coletivo Adelinas, o MAE- Movimento Autônomo pela Educacao, as Mães em Luto da Zona Leste, Mulheres Militantes Autônomas e a Coletiva Luana Barbosa estão fazendo uma vakinha online para custear transporte até Ribeirão Preto com objetivo de comparecer no dia da audiência, a campanha encerra dia 15 de julho: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/nenhuma-luana-a-menos

A ONU Mulheres e o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) divulgaram nota em que pedem “investigação imparcial” sobre o caso, afirmando que a morte da jovem “é um caso emblemático da prevalência e gravidade da violência racista, de gênero e lesbofóbica no Brasil. Segundo a Relatora Especial sobre questões de minorias da ONU, o número de afrodescendentes mortos em ações policiais é três vezes maior do que o registrado entre a população branca no estado de São Paulo.”

Vidas LGBT’s importam, Vidas negras importam, parem de nos matar!

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