Beijaço em repúdio a violência de gênero na UFRPE

Alunos da UFRPE organizam um beijaço como forma de protesto simbólico contra o lançamento do livro Heterofobia.

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Estamos em pleno 2015 e ainda vivemos num país que avança a passos lentos – quase enfermos – para uma política social de inclusão e de igualdade de gênero. Lutamos todos os dias por respeito, por espaço, por voz, por visibilidade.

Trata-se do lamentável ocorrido do dia 24/04, em que um professor da UFRPE, Ademir Ferraz, já envolvido em processos judiciais por discursos de ódio e homofobia, fez o LANÇAMENTO do seu livro, intitulado “Heterofobia: Um risco para o Estado de Direito”. Isso mesmo, gente. Não é piada. Professor da casa há mais de 33 anos, Ademir conseguiu o feito de lançar na ADUFERPE o seu livro, causando indignação de ativistas que foram AGREDIDOS (verbal e fisicamente) e AMEAÇADOS. O relato completo pode ser lido aqui:

Enxergamos o ato de violência cometido pelo “professor” (que deveria ser um agente de transformação social) como uma forma de evidenciação da problemática social de agressão às minorias e de imposição de uma cultura de desrespeito e opressão. Também é notório como o mesmo “professor” tenta reverter a situação e colocar xs ativistxs que o combateram como enquadradxs no seu diagnóstico de “heterófobas” – palavra que ele usa para designar nossxs alunxs –, mas estamos aqui para dizer que isso não passará, professor. Não deixaremos que atitudes como essa voltem a acontecer em nossa Rural. Não deixaremos que mais discentes sejam oprimidxs por pensamentos sexistas, machistas, homofóbicos, transfóbicos, patriarcais etc. Basta!

Agressão física e verbal na UFRPE não passará!
Misoginia não passará!
Lugar de bichas, travestis, trans, lésbicas etc, é na UNIVERSIDADE.
Somos contra o patriarcado e a opressão.
Há uma luta pela frente. Há braços!

Convocamos todxs vocês que se reconhecem como parte dessa causa – GAY, LÉSBICA, BI, TRANS, PANSEXUAL – para um BEIJAÇO na ***CALOURADA DE ENGENHARIA DE PESCA*** (departamento de Ademir Ferraz) para mostrar que o AMOR e o SEXO não têm GÊNERO. É um ato de celebração do amor, do sexo, da festa, da alegria, da liberdade de SER. E um recado para todxs xs homofóbicxs de que NÃO SOMOS INVISÍVEIS e NÃO DEIXAMOS PASSAR a ideia DETURPADA de uma HETEROFOBIA, visto que sofremos durante anos uma opressão de uma classe sobre a outra e NÃO EXISTE essa inversão.

– Organização –
Coletivo O CUCA TE PEGA

Mais informações:
1) O horário do beijaço está marcado para as 22h porque muitxs alunxs têm curso noturno e não poderiam estar presente antes. Mas é calourada, então quem chegar antes procura se juntar Emoticon smile e se não tiver par ainda, aí é que procura meeesmo… Hahaha
2) Estaremos reunidxs com cartazes e tintas, no Mesa Farta. Vai ser fácil nos identificar (para quem ainda não nos conhece)!
3) Hoje vai ser lindo!!! Muita energia de empoderamento reunida :)))
4) Outros detalhes podem ser esclarecidos na página do evento no facebook: https://www.facebook.com/events/851721818246796/

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CUCA TE PEGA publica Nota de Repúdio aos atos de Ademir Ferraz

Nós, do coletivo O CUCA TE PEGA, repudiamos os atos ocorridos no dia 24/04, às 19h, no auditório da ADUFERPE, durante o lançamento do livro “Heterofobia: Um risco para o Estado de Direito,” de autoria do professor Ademir Ferraz, vinculado ao departamento de Engenharia de Pesca da nossa universidade (Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE). Estamos juntxs aos/as estudantes da universidade que não aceitam uma educação que esteja disposta a compactuar com ideias retrógradas, que envolvam sentimentos violentos como os despertados por discursos de machismo, sexismo, homofobia/lesbofobia/transfobia, autoritarismo e qualquer tipo de intolerância às individualidades dxs nossxs estudantes. É preciso reiterar, também, a nossa consciência plena de que NÃO EXISTE heterofobia, professor. A luta social diária que vivenciamos ao desafiar o patriarcado não será atingida pela sua completa falta de bom senso. Sim, professor, não existe esse preconceito inverso. A heterofobia foi um termo criado por um ser humano que não sabe nada a respeito de diversidade de gênero.

Enxergamos o ato de violência cometido pelo “professor” (que deveria ser um agente de transformação social) como uma forma de evidenciação da problemática social de agressão às minorias e de imposição de uma cultura de desrespeito e opressão. Também é notório como o mesmo “professor” tenta reverter a situação e colocar xs ativistxs que o combateram como enquadradxs no seu diagnóstico de “heterófobas” – palavra que ele usa para designar nossxs alunxs –, mas estamos aqui para dizer que isso não passará, professor.

Nós, membros do coletivo e alunos da Universidade Federal Rural de Pernambuco, não aceitaremos que atitudes desumanas como essas voltem a acontecer na nossa casa. Nós estudamos aqui, estagiamos aqui, em alguns momentos da vida vivemos mais nesse ambiente acadêmico do que em qualquer outro lugar que pudéssemos querer. É aqui que criamos nossos vínculos sociais, tanto no âmbito pessoal como no profissional. É aqui o local que escolhemos para construir nossa formação acadêmica, pois acreditamos na capacidade de formação da UFRPE, na capacidade de construção, reconstrução e desconstrução.

Não deixaremos que atitudes como essa voltem a acontecer em nossa Rural. Não deixaremos que mais discentes sejam oprimidxs por pensamentos sexistas, machistas, homofóbicos, transfóbicos, patriarcais etc. Basta!

Agressão física e verbal na UFRPE não passará!
Misoginia não passará!
Lugar de bichas, travestis, trans, lésbicas etc, é na UNIVERSIDADE.
Somos contra o patriarcado e a opressão.
Há uma luta pela frente. Há braços!