A partir das 18h o MAMAM virá uma barricada sexodissidente contra o heterocapitalismo. Em sua quarta edição a Danzando em Revolta, apresenta corpos insubmissos como arma bélica que transformarão a pista de dança num ambiente consagrador de expressões sexuais antihegemônicas, onde a destruição da cisheterossexualidade, trará os ruídos para nossas existências dançarem em revolta. Desde 2015 a festa é marcada pela realização de performances que questionam valores opressores, politizando a diversão, proporcionando reflexões através de expressões artísticas marginalizadas e projetando artistas sexo-dissidentes que tem na política emancipatória inspiração para suas pesquisas e criações.
A pista será comandada pelos DJs Dante Olivier e Amethyst, que terão como missão compartilhar um lineup original e dançante, além do show de Yohana Rodrigues conduzindo o público à diversidade da cultura negra para ecoar os gritos de liberdade que exalam entre as lacunas rochosas da hipocrisia.
Já o comboio Box Preparação com os artistas Iagor Peres, Letícia Barbosae Jorge Kildery apresentam a performance “Só Vai Quem Curte” uma bela provocação que se alimenta nas possibilidades de prazer antihegemônicas. A noite também conta com Nubia Nena Callejeira e sua “Guia Anônima” deslocando a objetificação e a violência sexista para os corpos privilegiados, de maneira que sintam o peso da norma que os protegem.
Dia 15 de setembro acontece no MAMAM – Museu de Arte Moderna Aluíso Magalhães, o Ato de Pulicação do livro “Testo Junkie” de Paul B. Preciado e o Lançamento do zine “Notas E-videntes Para o Fim de um Mundo” de Ali do Espirito Santo. O evento terá uma roda de diálogo com relatos de experiências, apresentação dos títulos e a presença de Társio Benício, Amanda Palha e Akuenda Translésbicha; a realização da 1ª Feira Autônoma Sexo Dissidente e a quarta edição da Danzando en Revolta, trazendo a pista de dança como campo de guerra com apresentações artísticas e melodias transmusicadas.
Publicado em português pela N-1 Edições, “Testo Junkie” narra a experiência do autor, homem trans, em seu próprio uso de testosterona e o impacto do hormônio no seu corpo, levando-o a refletir como a síntese de hormônios, desde a década de 1950, mudou fundamentalmente a forma como gênero e identidade sexual são formulados e como as indústrias farmacêutica e pornográfica integraram essa tecnologia com a criação e regulação de desejos enquanto negócios.
Já o zine de Ali do Espirito Santo, publicado pelo selo Monstruosas, é uma crítica aos regimes de subserviência neoliberal (ou assimilação capitalista) que aponta questões sobre a biopolítica das ruínas – o mito do nascimento como a salvação do projeto de Humano – com olhar atento para as políticas representativas que trancafiam os corpos numa ode ao sofrimento e a impotência.
Levando a cabo o mote “nada sobre a gente sem a gente” queremos também estimular e trazer o protagonismo da população sexodissidente numa ação de redistribuição financeira e geração de renda com a Feira Autônoma Sexo Dissidente. A ideia é criar um espaço de compartilhamento com pessoas em não conformidade com a norma cisheterossexista, para que elas possam expor produções, se encontrar, formar parcerias e articular redes. A feira quer firmar o comércio autônomo enquanto estratégia de autodefesa de uma população que ainda é eliminada das instituições de formação escolar e sofre com o abandono e a exclusão familiar. Já contamos com a inscrição de várias bancas e mantemos aberto o convite para produtores, artistes, artesãs, vendedores ambulantes e cozinheires. A participação para expor na feira é EXCLUSIVA para população LGBT, e as inscrições devem ser feitas aqui.
Finalizando o evento, a quarta edição da Danzando em Revolta, trás o DJ Dante Olivier no comando do som, mais as performances de Nubia La Nena Callejera, Yohana Rodrigues e Iagor Peres apresentando seus corpos como arma bélica. Atrações que transformarão a festa em ruídos da queda dos preconceitos para que nossas existências possam dançar em revolta.
Este Ato de Publicação é organizado pela N-1 Edições e a Distro Dysca que se juntam com objetivo de criar uma agitação política, debatendo temas pertinentes ao desmonte do retrocesso institucional que vivemos para que o hoje não seja preservado para alguns poucos hegemônicos sobre as costas de tantos outros.