Convenção das Themonias, uma convocação sexodissidente para um motim de corpos bizarros na Amazônia


No dia 7 de setembro acontece no Boteco Socialista em Belém do Pará a 1ª CONVENÇÃO DAS THEMONIAS. Chamado pelas themonias amazônicas, o encontro pretende ser um intercambio e um momento de discussão na tentativa de organizar ideias e neuras que fortaleça corpos themonizados da Amazônia, em diálogo com a floresta e a cidade.

Com trabalhos e performances em constante mutação, assim como a floresta, e com a presença das icônicas Sarita di Xzuis e Uýra Sodoma, as themonias de Belém veem no encontro uma possibilidade de criar uma rede colaborativa entre as themonias da Amazônia que aproxime e fortaleça os afetos, suas batalhas diárias e transtorne a realidade, uma vez que “se nossa existência é uma ameaça, nossas ações passarão a ser um atentado!”

Uýra Sodoma themonia amazônica que usa a floresta como inspiração criativa sempre é recebida com reações de encanto ou de medo
Sarita di Xzuis, tem como missão ressignificar o lixo e o conceito de montaria por meio dos seus looks

 

CONVOCATÓRIA PARA A Iª CONVENÇÃO DAS THEMONIAS

É com muita encaralhação que convocamos todxs xs Themonias, monxtras, estranhxs, pessoas precárias, que não cabem na caixa e subvertem a ordem na luta diária pela reexistência, para um encontro, uma convenção para discutirmos as nossas demandas como grupo socialmente marginalizado, sendo vistas enquanto ameaça pelo CIStema heterocapitalista, percebendo a heterossexualidade enquanto norma que nos impõe crenças, moralidades e comportamentos na tentativa de nos dominar e por isso nos assassinam, themonizam nossos corpos, nossa ancestralidade e o direito de existir.

Acreditamos que nossas neuras vem se expressando em nossos corpos seja de forma artística como drag ou socialmente enquanto travestis, pessoas trans, não binárias, sapatonas, beshas, periféricas e pessoas precárias, nossas diferentes performances e identidades criadas são vistas como ameaça à moral social e por isso somos themonizadas. Cada encontro, festa ou ocupação dos diferentes espaços onde coexistimos também gera uma reação, seja na floresta urbanizadas em que vivemos ou na Amazônia profunda, um dialogo da nossa diversidade subjetiva enquanto grupo que afeta e é afetado pelos diferentes contextos que ocupamos.