CUCA TE PEGA publica Nota de Repúdio aos atos de Ademir Ferraz

Nós, do coletivo O CUCA TE PEGA, repudiamos os atos ocorridos no dia 24/04, às 19h, no auditório da ADUFERPE, durante o lançamento do livro “Heterofobia: Um risco para o Estado de Direito,” de autoria do professor Ademir Ferraz, vinculado ao departamento de Engenharia de Pesca da nossa universidade (Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE). Estamos juntxs aos/as estudantes da universidade que não aceitam uma educação que esteja disposta a compactuar com ideias retrógradas, que envolvam sentimentos violentos como os despertados por discursos de machismo, sexismo, homofobia/lesbofobia/transfobia, autoritarismo e qualquer tipo de intolerância às individualidades dxs nossxs estudantes. É preciso reiterar, também, a nossa consciência plena de que NÃO EXISTE heterofobia, professor. A luta social diária que vivenciamos ao desafiar o patriarcado não será atingida pela sua completa falta de bom senso. Sim, professor, não existe esse preconceito inverso. A heterofobia foi um termo criado por um ser humano que não sabe nada a respeito de diversidade de gênero.

Enxergamos o ato de violência cometido pelo “professor” (que deveria ser um agente de transformação social) como uma forma de evidenciação da problemática social de agressão às minorias e de imposição de uma cultura de desrespeito e opressão. Também é notório como o mesmo “professor” tenta reverter a situação e colocar xs ativistxs que o combateram como enquadradxs no seu diagnóstico de “heterófobas” – palavra que ele usa para designar nossxs alunxs –, mas estamos aqui para dizer que isso não passará, professor.

Nós, membros do coletivo e alunos da Universidade Federal Rural de Pernambuco, não aceitaremos que atitudes desumanas como essas voltem a acontecer na nossa casa. Nós estudamos aqui, estagiamos aqui, em alguns momentos da vida vivemos mais nesse ambiente acadêmico do que em qualquer outro lugar que pudéssemos querer. É aqui que criamos nossos vínculos sociais, tanto no âmbito pessoal como no profissional. É aqui o local que escolhemos para construir nossa formação acadêmica, pois acreditamos na capacidade de formação da UFRPE, na capacidade de construção, reconstrução e desconstrução.

Não deixaremos que atitudes como essa voltem a acontecer em nossa Rural. Não deixaremos que mais discentes sejam oprimidxs por pensamentos sexistas, machistas, homofóbicos, transfóbicos, patriarcais etc. Basta!

Agressão física e verbal na UFRPE não passará!
Misoginia não passará!
Lugar de bichas, travestis, trans, lésbicas etc, é na UNIVERSIDADE.
Somos contra o patriarcado e a opressão.
Há uma luta pela frente. Há braços!