SELEÇÃO DE FILMES: MoNSTRA Intinerante POA

A MONSTRAMostra Nordestina de Sexualidades, Travestilidades e Resistência no Audiovisual – chega em Porto Alegre trazendo um pouco de cultura de resistência sexo dissidente para propor além de outro mundo, outros desejos possíveis.

A Uma movimentação política que utiliza a arte como ferramenta de contestação às culturas hegemônicas de sexualidade, gênero e resistência. Em perspectiva anarquista, aborda vozes periféricas às indústrias da arte e do audiovisual, reunindo produções independentes do Brasil e América Latina.

Articuladas com o Pornífero Festival que acontece desde 2014 na cidade de Lima, no Peru; com a FILMARALHO produtora audiovisual independente radicada na Cidade do México; com o Coletivo Coiote de ação-direta pornoterrorista anti-arte; e com a Distro Dysca produtora independente de movimentações político-culturais combativas, buscamos reunir materiais artísticos que questionem a binarismo de gênero e seus esteriótipos, a heterossexualidade compulsória enquanto regime político, além do machismo e o sexismo enquanto culturas opressoras intrínsecas em nossos corpos. Tais materiais trazem questionamentos, propostas e possibilidades de descolonização e emancipação através de experimentações registradas e ações que combatem essas opressões.

Curtas, médias e longas-metragens, videoperformances, video-arte, registros e demais manifestações audiovisuais além de performances e debates constroem uma programação que põe o corpo no centro da mandala dos desejos.

SELEÇÃO DISTRO DYSCA:
Seleção de filmes enviados à convocatória da Distro Dysca, plataforma de agitação cultural crítica em perspectiva anticolonial, anticapitalista e antisexista

SELEÇÃO FILMARALHO
Produtora audiovisual independente radicada na Cidade do México, que visa a fomentação, circulação e discussão de filmes cuja temática tangencia a problematização de diferentes questões estéticas, sexuais e políticas.

SELEÇÃO PORNÍFERO:
O Pornífero Festival acontece desde 2014 na cidade de Lima no Peru com objetivo de apresentar liberdades visuais derivadas de práticas radicais em um contexto ibero-americano, que tem mudado através de uma lógica histórica repleta de regimes políticos assassinos e ditatoriais, instalado comodamente em um sistema pro capitalista neocolonial cuja característica principal é a tecnologia.

SELEÇÃO COIOTE:
As performances do Coletivo Coiote abrangem temas como violência de gênero e colonização do corpo expressos de forma a acionar sensações bastante fortes quando levadas às manifestações.

SERVIÇO:
MoNSTRA – Mostra Nordestina de Sexualidades e Travestilidades em Resistência no Audiovisual | Itinerância em POA
1º de Abril às 18h
Casa Frasca – Av. Independência, 406, Porto Alegre, RS

DACS UFPE divulga nota de repúdio contra a UFRPE

Depois da nota de repúdio contra a censura da performance TRANS(torno)ISTO ser entendida como uma declaração de guerra pelo DACS-UFRPE, ativistas da dissidência sexual buscaram apoio de diversos organismos políticos com o objetivo de levantar resistência contra as retaliações da instituição e questionar de maneira construtiva, as posturas e medidas tomadas pelo DACS-UFRPE, que até o momento não entende o veto a performance como censura,  expondo, não só uma problemática a cerca da ideia do termo, mas sobretudo, a incapacidade de perceber que não existe coletivos e pessoas imunes de reproduzir comportamentos e posições autoritárias.

Segue abaixo a nota do Diretório Acadêmico de Ciências Sociais da UFPE:

NOTA DE REPÚDIO CONTRA Á POSTURA DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO E QUESTIONAMENTO AO DIRETÓRIO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS.

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O DACS-UFPE entende a performance TRANS(torno)ISTO, apresentada no dia 19/03 no Centro de Ensino e Graduação – CEGOE, na semana de recepção de calourxs de Ciências Sociais da UFRPE como uma intervenção artística de cunho político. Enquanto Diretório com função de garantir o direito dos estudantes de ciências sociais, não poderíamos deixar de nos posicionarmos contra a criminalização e medidas tomadas durante e após a intervenção.

Vivenciamos diariamente dentro e fora da Universidade a opressão e a censura diante de tudo que não se encaixa no modelo de ideologia normativa, que garante e reforça privilégios de grupos que, por existir, oprimem e excluem. Acreditamos que a Universidade age dentro de um modelo de Instituição controladora do corpo e não entendemos, nem compactuamos, com qualquer tipo de censura e medidas de imposição, como as que ocorreram. Compreendemos que as posturas da Instituição levantam um precedente perigoso devido às tentativas de criminalização da criação artística, como também, no que se relaciona ao modo como este ambiente acadêmico lidará com os questionamentos, comportamentos e produção de conhecimento críticos, contestadores e “não científicos”.

Entendemos também que boa parte das acusações e preconceitos em relação à apresentação existem por conta das cenas de nudez que se apresentam de maneira inconveniente a muitos olhares. Isso ocorre, principalmente, porque a moral hegemônica/dominante na qual somos “socializados” tem como um de seus fundamentos a repressão da expressão corporal aprisionada pela culpa. Uma moral heteronormativa e patriarcal que recrimina a ciência e a arte quando não servem estritamente à burguesia, aos heterossexuais, aos brancos e aos homens-cis.

Somos contra a postura de Instituições, manifestações e atos que reproduzem esta moral vil que serve apenas a esta parte da sociedade. Sentimo-nos responsáveis por combater ações repressoras, preconceituosas e excludentes. Somos a favor do corpo, da singularidade e não apoiaremos nem nos calaremos diante de instituições e atos que reproduzam este tipo de pensamento que não abre espaço ao diálogo. Propomos uma Universidade incentive a crítica, a inventividade, a autonomia e a resistência.

Vemos a discussão e apontamentos suscitados pelo ativismo da dissidência sexual como uma pauta extremamente pertinente, por isto, prestamos apoio e solidariedade as performers envolvidas, bem como solicitamos o cancelamento dos processos e inquéritos policiais e a imediata abertura de um grande debate sobre o fazer artístico e produção de conhecimento. Dentro da Universidade trabalhamos com multiculturalidade e representatividade e, assim como o DACS-UFRPE, também acreditamos que há diversas formas de desconstrução quando se trata do debate acerca de gênero e sexualidade. Dessa maneira, pensamos que a performance TRANS(torno)ISTO é uma forma combativa e direta de possibilitar essa desconstrução e que, por essa razão, não deveria ser vetada nem punida. E o que chamam de “elementos não-convencionais”, chamamos de elementos reais e existentes que são proibidos todos os dias em nossa sociedade.

Nos propomos a participar de um grande debate com o DACS-UFRPE e com os demais envolvidos. Por fim, apoiamos a performance e valoramos positivamente sua combatividade. Além disso, repudiamos o machismo e a transfobia da parte de quem representa a instituição enquanto “seguranças”: acreditamos que estes, sim, devem ser punidos. Machistas, racistas, homo, lesbo, bi e transfóbicos não passarão!

Por uma Universidade que defenda a multiculturalidade e a representatividade de Todxs

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