Performance ‘Mulher de Carga’ será apresentada no centro de Recife

Parando o trânsito de Recife!!!
Como realizada em BH a perfomance Mulher de Carga, que em solos mineiros teve a maravilhosa participação de Diogo Magno, ocorrerá agora em terras pernambucanas com a presença do artista Ângelo Fábio!!!
Ação performática que pretende intervir no cotidiano da cidade trazendo reflexões acerca da mulher e o peso social que ela carregou e carrega pela história. Quem é essa mulher? Qual é esse peso? Quem está no domínio dessa carroça?

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DACS UFPE divulga nota de repúdio contra a UFRPE

Depois da nota de repúdio contra a censura da performance TRANS(torno)ISTO ser entendida como uma declaração de guerra pelo DACS-UFRPE, ativistas da dissidência sexual buscaram apoio de diversos organismos políticos com o objetivo de levantar resistência contra as retaliações da instituição e questionar de maneira construtiva, as posturas e medidas tomadas pelo DACS-UFRPE, que até o momento não entende o veto a performance como censura,  expondo, não só uma problemática a cerca da ideia do termo, mas sobretudo, a incapacidade de perceber que não existe coletivos e pessoas imunes de reproduzir comportamentos e posições autoritárias.

Segue abaixo a nota do Diretório Acadêmico de Ciências Sociais da UFPE:

NOTA DE REPÚDIO CONTRA Á POSTURA DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO E QUESTIONAMENTO AO DIRETÓRIO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS.

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O DACS-UFPE entende a performance TRANS(torno)ISTO, apresentada no dia 19/03 no Centro de Ensino e Graduação – CEGOE, na semana de recepção de calourxs de Ciências Sociais da UFRPE como uma intervenção artística de cunho político. Enquanto Diretório com função de garantir o direito dos estudantes de ciências sociais, não poderíamos deixar de nos posicionarmos contra a criminalização e medidas tomadas durante e após a intervenção.

Vivenciamos diariamente dentro e fora da Universidade a opressão e a censura diante de tudo que não se encaixa no modelo de ideologia normativa, que garante e reforça privilégios de grupos que, por existir, oprimem e excluem. Acreditamos que a Universidade age dentro de um modelo de Instituição controladora do corpo e não entendemos, nem compactuamos, com qualquer tipo de censura e medidas de imposição, como as que ocorreram. Compreendemos que as posturas da Instituição levantam um precedente perigoso devido às tentativas de criminalização da criação artística, como também, no que se relaciona ao modo como este ambiente acadêmico lidará com os questionamentos, comportamentos e produção de conhecimento críticos, contestadores e “não científicos”.

Entendemos também que boa parte das acusações e preconceitos em relação à apresentação existem por conta das cenas de nudez que se apresentam de maneira inconveniente a muitos olhares. Isso ocorre, principalmente, porque a moral hegemônica/dominante na qual somos “socializados” tem como um de seus fundamentos a repressão da expressão corporal aprisionada pela culpa. Uma moral heteronormativa e patriarcal que recrimina a ciência e a arte quando não servem estritamente à burguesia, aos heterossexuais, aos brancos e aos homens-cis.

Somos contra a postura de Instituições, manifestações e atos que reproduzem esta moral vil que serve apenas a esta parte da sociedade. Sentimo-nos responsáveis por combater ações repressoras, preconceituosas e excludentes. Somos a favor do corpo, da singularidade e não apoiaremos nem nos calaremos diante de instituições e atos que reproduzam este tipo de pensamento que não abre espaço ao diálogo. Propomos uma Universidade incentive a crítica, a inventividade, a autonomia e a resistência.

Vemos a discussão e apontamentos suscitados pelo ativismo da dissidência sexual como uma pauta extremamente pertinente, por isto, prestamos apoio e solidariedade as performers envolvidas, bem como solicitamos o cancelamento dos processos e inquéritos policiais e a imediata abertura de um grande debate sobre o fazer artístico e produção de conhecimento. Dentro da Universidade trabalhamos com multiculturalidade e representatividade e, assim como o DACS-UFRPE, também acreditamos que há diversas formas de desconstrução quando se trata do debate acerca de gênero e sexualidade. Dessa maneira, pensamos que a performance TRANS(torno)ISTO é uma forma combativa e direta de possibilitar essa desconstrução e que, por essa razão, não deveria ser vetada nem punida. E o que chamam de “elementos não-convencionais”, chamamos de elementos reais e existentes que são proibidos todos os dias em nossa sociedade.

Nos propomos a participar de um grande debate com o DACS-UFRPE e com os demais envolvidos. Por fim, apoiamos a performance e valoramos positivamente sua combatividade. Além disso, repudiamos o machismo e a transfobia da parte de quem representa a instituição enquanto “seguranças”: acreditamos que estes, sim, devem ser punidos. Machistas, racistas, homo, lesbo, bi e transfóbicos não passarão!

Por uma Universidade que defenda a multiculturalidade e a representatividade de Todxs

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